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Sistema de créditos de energia solar pode estar em risco| Foto: Divulgação

Em 2020, mesmo em meio à pandemia, a geração de energia solar cresceu cerca de 64% em comparação com o ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A potência instalada também deu um salto: de 4,6 Gigawatts (GW) para 7,5 GW, quase metade da potência gerada pela usina de Itaipu.

 

Tal ritmo, porém, pode sofrer um baque em breve. No início deste mês, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos, afirmou em suas redes sociais que entraria com um pedido formal para a devolução do subsídio oferecido aos consumidores de energia solar distribuída, ou seja, a energia produzida individualmente, por meio de placas e telhados solares.

Proposta de regulamentação da energia solar

 

Hoje, pessoas e empresas que injetam excedentes da sua produção local na rede das distribuidoras podem, posteriormente, receber de volta essa energia quando seus painéis não estão produzindo. Essa mecânica é conhecida no setor como “créditos”, e os microgeradores podem reaver no inverno o excedente que injetaram na rede durante o verão, por exemplo.

 

Na prática, a proposta do deputado seria quebrar esse sistema de créditos e ainda obrigar os microgeradores a pagarem pela eletricidade que consumiram da rede desde 2012 — quando uma regulamentação da Aneel permitiu a prática —, ignorando a injeção de excedentes ao longo dos anos.

 

Como Ramos ainda não formalizou seu suposto projeto, não ficou claro se ele defende o pagamento retroativo integral ou parcial da energia trocada por créditos. O argumento é de que não havia, até o momento, bases legais para a oferta do que ele chama de subsídio.

 

Uma decisão como essa repercutiria em uma taxa estratosférica para empresas que fizeram uso de créditos desde 2012. Do lado dos consumidores, uma nova despesa sobre as empresas geradoras também poderia se desdobrar em preços mais salgados na energia solar.

 

Fato é que ainda há muito a se discutir quando se fala em uma nova regulamentação para o setor, que já cresce em ritmo acelerado. Mas, como toda discussão, sempre há dois lados da história. De um lado, temos as empresas distribuidoras de energia — a favor do projeto — e, de outro, as companhias integradoras e até startups que podem sofrer impactos com a aprovação do projeto.

 

De maneira paralela ao desejo dos parlamentares, há também o crescimento exponencial das pequenas empresas do setor, que atuam na oferta, instalação e distribuição de tecnologia para a geração de eletricidade a partir do sol.

 

FONTE:

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